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O ácido acetilsalicílico ou AAS (C9H8O4), conhecido popularmente como aspirina, nome de uma marca que se tornou de uso comum, é um fármaco da família dos salicilatos. É utilizado como medicamento para tratar a dor (analgésico), a febre (antipirético) e a inflamação (anti-inflamatório), devido ao seu efeito inibidor, não selectivo, da ciclo-oxigenase.
É também utilizado para tratar inflamações específicas tais como a síndrome de Kawasaki, a pericardite ou a febre reumática. Se administrada a aspirina pouco depois dum ataque cardíaco, o risco de morte diminui e seu uso a longo prazo ajuda a prevenir ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e coágulos sanguíneos em pessoas suscetíveis. Pode diminuir o risco de padecer de certos tipos de cancro, especialmente do cancro colorrectal. No tratamento de dor ou febre, os efeitos começam a fazer-se sentir cerca de trinta minutos depois. O ácido acetilsalicílico é o anti-inflamatório não esteroide (AINE) por excelência e funciona de forma idêntica a outros AINE, ainda que bloqueie o normal funcionamento das plaquetas (antiagregante plaquetar).
Entre os efeitos secundários mais comuns estão a dispepsia e os efeitos secundários mais importantes a úlcera péptica, a perfuração do estômago e o agravamento da asma. O risco de hemorragia aumenta em pessoas mais velhas, consumidores de álcool, doutros anti-inflamatórios não esteroides ou de anti-coagulantes. A aspirina não se recomenda em mulheres que se encontrem na última fase da gestação. No geral, também não é recomendada a crianças com infecções, devido ao risco de sofrer a síndrome de Reye, e em doses elevadas pode provocar tinidos (zumbido nos ouvidos).
O ácido salicílico, presente nas folhas do salgueiro (Salix), tem sido utilizado pela humanidade há pelo menos 2400 anos. O ácido acetilsalicílico foi sintetizado pela primeira vez pelo químico francês Charles Frédéric Gerhardt em 1853, ao combinar o salicilato de sódio com cloreto de acetila. Na segunda metade do século XIX outros químicos descreveram a sua estrutura química e criaram métodos mais eficientes para sua síntese. Em 1897, os cientistas da Bayer começaram a estudar a aspirina como um possível substituto menos irritante que os medicamentos de salicilato comuns. No entanto, antes de 1899, a Bayer conferiu ao fármaco o nome Aspirina e passou a comercializar a marca em todo mundo, os direitos da empresa sobre a marca perderam-se ou foram vendidos em muitos países. A sua popularidade cresceu durante a primeira metade do século XX, o que conduziu a uma forte concorrência entre diferentes marcas e produtos cujo princípio activo era o ácido acetilsalicílico.
A aspirina é um dos medicamentos mais utilizados no mundo, com um consumo estimado em 40 000 toneladas anuais, o que representa entre 50 000 e 120 000 milhões de pastilhas. Consta na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde, onde se classificam os medicamentos essenciais que todo o sistema de saúde deve ter. A aspirina também está disponível como medicamento genérico e o custo por grosso nos países desenvolvidos em 2014 estava entre os 0,002 e 0,025 dólares (USD) por dose. No caso dos Estados Unidos, em 2015 um mês de medicação acarretava um custo em media inferior a 25 dólares (USD).